Entrevista ao artista Carlos Valente

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Carlos Valente é um artista e teórico de arte residente na Ilha da Madeira, exercendo a sua atividade na área do vídeo e da instalação, desde 1987. É licenciado em Design, Mestre em História da Arte e doutorado em Teoria e Tecnologias da Imagem.

Nesta entrevista, Carlos Valente reflete sobre o conceito de paisagem, tendo como ponto de partida o processo criativo da sua exposição “Realidade Não Aumentada”, 2016, Galeria dos Prazeres, Ilha da Madeira. As características paisagísticas da ilha, as diferentes narrativas que as tecem e que baralham as dicotomias interior/exterior, condensam-se no seu conceito de “finitude aberta”. Na sua abordagem fenomenológica, a paisagem é o próprio ato de perceção da Natureza, implicando a duração no tempo e na memória. A paisagem joga-se num espaço ambíguo entre o sujeito e a Natureza: se a experiência implica o corpo, é este que, por sua vez, dá corpo à memória da experiência – o corpo da obra, o corpo do artista e o corpo da paisagem confundem-se, assim, na interseção do olhar dos visitantes.