Entrevista ao João Paulo Pereira da Casa de Bordados dos Açores João Pereira & Filhos, lda
ARTESANATO
O surgimento das primeiras bordadeiras profissionais, em meados do séc. XIX, foi contemporâneo da expansão da burguesia e do florescimento da pequena indústria do bordado açoriano. Mais tarde, nos anos 30 do séc. XX, devido à concorrência do bordado da Madeira, surgiram os centros de produção do bordado, designadas as “Casas dos Bordados” e, introduzido por Lily Bensaúde, o bordado de matiz a azul.
Sobre linho, com motivos ornamentais inspirados nas loiças azuis da China, o ponto de matiz imita a frescura da pintura sobre porcelana. Muitas vezes associados a peças de cerâmica e azulejaria, decoradas a branco e azul, os motivos característicos deste bordado são compostos por elementos florais assimétricos e algumas aves. Este bordado criou uma marca distintiva que projetou o bordado açoriano, apesar de existirem também outros tipos de bordado típicos de cada ilha, como o bordado a branco sobre branco em cambraia, algodão ou linho, da Ilha Terceira ou o bordado a palha sobre tule, da Ilha do Faial.
João Paulo Pereira, da Casa dos Bordados dos Açores João Pereira & Filhos, Lda., reflete sobre o papel que os bordados desempenharam na condição da mulher açoriana, na atividade da empresa e na situação dos bordados na atualidade.