Entrevista a Duarte Encarnação
arte
Duarte Encarnação, escultor, foi marcado pela diáspora madeirense que se deu durante os anos 60 e 70 – o período da guerra colonial – e cujo principal destino foi a Venezuela, trazendo influências de outros locais geográficos. Tendo vivido entre os 4 e os 12 anos para Caracas, estudou posteriormente em Valência, onde realizou o seu doutoramento, sendo sobretudo influenciado pela cultura urbana ibero-americana.
Desde muito cedo, o projeto como um fim em aberto e uma certa utopia futurista – na linha de Archigram ou do situacionista Constant – marcam a sua experimentação artística. Neste contexto, as áreas da arte e do design confluem em muitas das suas obras onde a maquetização é assumida, simultaneamente, como questionamento crítico e possível resolução de problemas concretos. Nesta entrevista, o artista reflete sobre algumas obras, como, entre outras, Astrozarco – contramonumento panóptico, 2009, Wysiwyg (what you see is what you get), 2009, ou, ainda, as ilustrações Riots Panorama, 2012, uma espécie de arqueologia do um futuro pós-ideológico de uma cidade utópica construída sobre as ruinas do capitalismo.