Adilson Castro é um artista santomense que iniciou a sua atividade artística como escultor na Roça de São João dos Angolares, em São Tomé, através do contacto com João Carlos Silva. Nesse espaço, desenvolveu trabalhos a partir de raízes recolhidas nas praias, tendo participado nas formações realizadas por artistas convidados pela galeria Teia D´Arte, criada por João Carlos Silva, entre os quais o senegalês Seyni Gadiaga, em 2002. Participou em várias exposições, como, entre outras, na Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe (de 2002 a 2008), “Cacau Mostra São Tomé e Príncipe”, Galeria ArtVisie, Amsterdão, 2012 e realizou várias residências artísticas, entre as quais no Hangar, Lisboa 2019. Adilson Castro utiliza nos seus trabalhos vários materiais como plásticos de diferentes cores parcialmente derretidos que justapõe, papel, colagens, etc., assim como objetos do quotidiano, como ferros de engomar ou brinquedos que, com uma ironia dadaísta, por vezes rementem para a infância.
Nesta entrevista, Adilson Castro fala-nos do seu percurso artístico e da forma arquitetónica tradicional, a kubata, defendendo que esta deveria ser desenvolvida de modo a poder albergar mais pessoas em lugar de ser adotado um modelo estrangeiro que as transfere para casas feitas para viver noutros contextos.